sexta-feira, 8 de abril de 2005

Perde-se um Grande AMOR duas vezes

Todo mundo tem um grande amor
E todo grande amor só é grande se for triste
E se é triste é porque se foi
foi-se, perdido, terminado

Como costumo dizer foi feito um acordo
um entrou com o pé outro com a bunda
Mas não é só isso
as perguntas nunca se calam
porquê e como nunca sossegam a mente desolada

Anos depois, as mesmas e diferentes pessoas
amam e sonham com a ideologia do grande amor perdido
grande porque perdido e ideal porque não real

Criam a expectativa que llhes acolhe a emoção
mas também lhes tolhe a felicidade
na medida em que esperam um acontecimento inventado
criado e imaginado, idealizado pela livre imaginação pueril de amores mil

E não mais nem menos sem querer
acontece o súbito encontro entre os então maduros e amargurados corações

E dá-se o furacão se sentimentos e pensamentos
os nãos e os porquês desfalecem
face da pessoa tão amada e desejada

Mas as possibilidades agora restritas
Ou se vive um grande amor ou se vive... cotidianamente
A opção no mais é o cotidiano
já que o coração esqueceu
de quão bem lhe fazia a emoção do grande amor

Ou não

A opção não está mais isolada e nem fala mais de um
e sim de vários
amantes noivos casamentos filhos empregos
tudo numa grande salada
Falta o tempero finale o prato para servir, se vir ou vier.

E aí perde-se de novo o grande amor
Pela segunda vez
Mesmo se longe a pessoa, próximo o sentimento
E escolhe-se pela perda ou pela esperança
Acontece