domingo, 25 de novembro de 2007

Yoga

"The mastery of Yoga must not be measured simply
by the ability on techniques of Yoga like asana-s and pranayamas
but by how it influences our day-to-day living
how it enhances our relationship and
how it promotes clarency and peace of mind."

TKV Deskachar

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Buddhi Manas e Ahamkaras

“Quem sou eu?” é, sem dúvida, a pergunta mais importante do universo humano
De onde vim?
para onde vou?
O que é Deus?

Na história da Humanidade o homem mergulhou intensamente na busca destas respostas.
Para tanto, criaram-se inúmeras religiões, filosofias, ciências e psicologias, sempre na ânsia ancestral e atávica, de desvendar aquilo que os índios norte-americanos chamam de “O Grande Mistério”. A idéia central das culturas orientais e xamânicas – a Unidade – traz o conceito de que tudo é Um, o Universo é um único organismo consciente e totalmente interagente, e que toda a percepção e sensação de separatividade é uma ilusão (maya).

Os hindus chegam a dizer que a única doença de que nós realmente sofremos são um desdobramento desta – é avidya, a ignorância da nossa natureza real, a Unidade.

Estamos fundamentalmente lidando com as duas instâncias mais externas da personalidade:
- a auto-imagem
- e a persona

que são construções psico-emocionais limitadoras desenvolvidas por nós (inconscientemente, na maior parte do tempo) paradoxalmente para nos defender.

A auto-imagem é “quem eu acredito que eu sou”. É um sistema de crenças que nós construímos como proteção em função das nossas experiências dolorosas, e que nos dão uma imagem e uma perspectiva indireta de nós mesmos.

A persona é “quem eu quero que acreditem que eu sou”. São as nossas máscaras sociais filhas da auto-imagem, e que procuram compensar esta.

Auto-imagem e a persona são competente e eficientemente fomentadas, mantidas e monitoradas pela mente e pelo ego. São ambas componentes importantíssimos na construção da nossa visão de mundo, a chamada “realidade” (que é o que nós acreditamos que a vida é).

Outro movimento do psiquismo - que foi percebido por Freud bem no início da estruturação da Psicanálise - são as pulsões da busca do prazer e do repúdio à dor. E todo o complexo psico-emocional trabalha neste sentido: o de nos manter afastados do contato com a dor.

Na infância, quando passamos por experiências traumáticas, estas impressões são ghuardadas no inconsciente. A intenção é que não tenhamos que estar sempre entrando em contato com nossas dores (ou do que a mente acredita serem dores), pois seria insuportável viver assim, lembrando o tempo todo de tudo o que de ruim nos aconteceu.
O problema é que estas dores continuam vivas no inconsciente, produzindo ao longo do tempo um sistema de crenças e padrões que irá contribuir decisivamente na formação do caráter e da personalidade, e também na somatização de doenças físicas, psico-emocionais ou sociais.

Ou seja, paradoxalmente , o mesmo procedimento interno que trabalha para nos proteger, nos limita e nos sabota.

A Psicologia Hindu nos dá um subsídio filosófico: Em primeiro lugar, se tanto as tradições orientais quanto as xamânicas dizem que somos seres multidimensionais, isto quer dizer que existimos simultaneamente em infinitos níveis, certo? Na filosofia hindu, temos duas formas de codificar as dimensões do ser humano: uma trina (os Shariras, ou corpos) mais usada pelo Yoga e outra quíntupla (os Koshas, ou envoltórios) mais usada pela Vedanta.

Trata-se apenas de divisões de caráter didático, já que estas dimensões não são lineares e tridimensionais, são holográficas.

Os Shariras, ou corpos, são 03 (três):

o Sthula Sharira ou corpo denso (o corpo físico),
o Sukshma Sharira ou corpo sutil (o corpo de energia, o corpo emocional e o corpo mental) e
o Karana Sharira ou corpo causal.

Karana Sharira se chama corpo causal porque é nesse nível onde se localizam as causas da ignorância (avidya). Mas é também neste nível que se localiza a visão da Águia, da Testemunha, do pássaro observador do galho de cima, e onde acontecem as canalizações e as conexões mediúnicas. E este também é o nível que faz a “interface” do estado de consciência separada com o estado da Unidade Absoluta (Nirvana, Samadhi, Moksha, Satori).

Os Koshas, são chamados de envoltórios porque são as camadas que ilusoriamente prendem e condicionam o Espírito.
São 05 (cinco):
· Annamaya kosha, ou corpo físico
· Pranamaya kosha, o corpo de energia (onde normalmente atua a Acupuntura, a Homeopatia, a Cromoterapia, o Reiki etc. e que os esoteristas chamam de duplo-etérico e os espíritas de perispírito). Neste nível circulam as Pranavaha Nadis (condutos energéticos que transportam o Prana)
· Manomaya kosha, o corpo psico-emocional, nível node circulam as Manovaha Nadis (condutos de energia que transportam Ojas, a energia mental). Ojas é a quintessência energética extraída dos alimentos pelos Dhatus – os 7 tecidos corporais)
· Vijñanamaya kosha, o corpo psíquico
· Anandamaya kosha, o corpo psico-espiritual.

Vijñanamaya Kosha é onde se opera o discernimento, a capacidade de se escolher e discriminar entre o que é real ou irreal. Assim como o Karana Sharira, Anandamaya kosha é a ponte, o degrau para o estado da Unidade.

O Sthula Sharira (bem como sua correspondente Annamaya Kosha) está relacionado a Guna Tamas; O Sukshma Sharira (Prananamaya, Mano Maya e Vijñanamaya Kosha) está relacionado a Guna Rajas; , Karana Sharira (Anandamaya Kosha) a Guna Sattwa.

O complexo psíquico (que os hindus chamam de Antahkarana, ou órgão interno) é formado por:

1. Buddhi é a parte mais elevada da mente. Num primeiro nível, Buddhi trabalha com o discernimento, as escolhas e as opções. Desde as escolhas inconscientes - como, por exemplo, as que faz o sistema nervoso autônomo - passando pelas opções e escolhas conscientes do dia-a-dia, até a mais elevada das formas de discernimento que é o questionamento sobre o que é real e o que é irreal na existência (que é o que os hindus chamam de Viveka). Em um nível mais elevado de atuação, Buddhi é a mente testemunha (a visão da águia), o nível da meditação e da neutralidade, onde não há julgamento.

Buddhi atua no nível de Karana Sharira e Vijñanamaya kosha. Abarca também o inconsciente. O trabalho da mente com os Guardiões e os Mantras no Fogo Sagrado, ocorre neste nível.

2. Manas é a mente pensadora. Administra os estímulos que vem através da aferência dos sentidos (Jñana Indriyas) e da atividade da memória (Chitt , conteúdos do consciente e do inconsciente), administra as escolhas e opções de Buddhi, e produz os Vrittis (pensamentos, movimentos mentais, mente racional) e as respostas psico-motoras (Vasanas) através dos Karma Indriyas (órgãos de ação).

3. Ahamkara, o ego. Trabalha em dobradinha com Manas na função de se manter a identificação da Consciência com o estado ilusório de separatividade (maya). O ego e a mente mantém a Consciência ilusoriamente identificada com sua personalidade (que poderíamos chamar aqui de auto imagem/persona ou Corpos Energéticos ou ainda vrittis/samskaras/vasanas) e com as Gunas, os movimentos impermanentes da vida.

Como funciona esse órgaõ interno?

Quando os nossos sentidos apreendem algum objeto, informação ou estímulo, 02 (dois) mecanismos disparam automaticamente: o corpo mental associa um nome (nama) e uma forma (rupa) e o corpo emocional avalia se aquele determinado objeto me atrai (raga) ou se eu o rejeito (dwesha) – bem no estilo das pulsões “busca do prazer evitação da dor” freudianas.

Em outras palavras os sentidos captam, a mente e o emocional enquadram e o ego identifica com eu/meu. Assim enquadramos toda a realidade Una em pequenas unidades ilusoriamente separadas, mantemos a ignorância da nossa natureza real, e ficamos vivendo aprisionados em uma realidade construída por nós mesmos.

Se o estímulo ou informação que recebemos através dos sentidos (jñana indriyas) é alguma coisa muito forte e traumatizante, ou se por outro lado, são estímulos ou informações que se repetem com periodicidade, isto vai imprimir samskaras (impressões psico-emocionais) no inconsciente, que vão por sua vez produzir vasanas (crenças, hábitos, tendências e padrões) e vrittis (movimentos da mente, pensamentos, atividade racional).


Algumas imagens:

1. Imagine que o seu complexo psíquico é um lago: o reservatório em si é a mente (Manas); o conteúdo – a água – é Chitta, a memória consciente e inconsciente; o fundo do lago é o Ser, a Unidade coberta pela “poeira” de Chitta que forma “bancos de areia” (samskaras) em função dos movimentos internos e da superfície (vrittis); por sua vez, os movimentos ondulatórios da superfície são os Vrittis (pensamentos, atividade racional) cujos padrões são produzidos pelo perfil topográfico do fundo (samskaras). Quanto mais nivelado e liso estiver o fundo, mais tranqüilas serão as águas da superfície.

2. Uma carruagem: Buddhi é o condutor, Manas são as rédeas, Ahamkara é a carruagem e os cavalos são os sentidos (indriyas).

3. Estou em um campo e de repente vejo um touro enfurecido correndo em minha direção: os jñana indriyas captam a imagem , Manas processa a informação (“vendo um touro correndo”), Ahamkara identifica com o eu (“eu estou vendo um touro”), Buddhi faz as escolhas (“eu estou vendo um touro, que vai me pegar. Tenho que correr”), e os Karma Indriyas executam a ação.

Fácil né?
:O)

Extraído do texto de Ernani Fornara

domingo, 11 de novembro de 2007

Espiritualidade

Espiritualidade
Espírito e dualidade
é dualidade o espírito?

"True spirituality is not to renounce life,
but to make life perfect with a Divine Perfection."
The Mother/Sri Aurobiondo

Alcançar o divino
não é morrer e esperar um sofá de nuvens
é trazer a espirituaidade e compaixão
na sua vida
AGORA!

:O)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Nada

Ouvi algumas coisas e ando pensando:

A idéia do paraíso é fruto da imagem e do capital.

A idéia do inferno é o derradeiro medo. E conseqüente medo hierárquico do superior e castigo.

O conceito de céu é derradeira ganância.

Não existem verdades em qualquer tipo de religião criada pela mente humana, sempre o propósito é manipulação e controle.

Ache o divino na sua vida, o que traz vida a este corpo? Que coisa sempre existiu e sempre existirá, que consciência te leva a pensar nessas coisas imateriais?

A origem da vida é um eterno paradoxo, não tente entendê-la, mas saiba que ela existe.

Enfim, "nada que você faça ou deixe de fazer nessa vida te levará mais perto do que você chama de Deus"

Melhor parar de andar?

sábado, 8 de setembro de 2007

Diálogo do Lago no Mahabharata - A Grande luz!

À beira de um lago, Darma interroga Yudishsthira, oo último dos pândava a resistir à tentação de saciar a sede nas suas águas.
Dharma diz: não beba da água que é minha. Só lhe concederei tal permissão se me responderes às perguntas:

- O que é mais rápido que o vento?
E Yudishsthira respondeu: O pensamento.
– O que pode cobrir toda a terra?
A escuridão.
– Quais são mais numerosos? Os vivos ou os mortos?
Os vivos pois os mortos não são mais.
– Dá-me um exemplo de espaço.
Minhas duas mãos juntas.
– Um exemplo de tristeza.
A ignorância
– De veneno.
O desejo.
– Um exemplo de derrota.
A vitória.
– Qual é o animal mais astucioso?
Aquele que o homem ainda não conseguiu encontrar.
– O que apareceu primeiro? O dia ou a noite?
O dia. Mas ele precedeu a noite apenas por um dia.
– Qual é a causa do mundo?
O amor.
– Qual é o teu contrário?
Eu mesmo.
– O que é a loucura?
Quando Um caminha esquecido.
– E a revolta? Porque os homens se revoltam?
Para encontrar a beleza, tanto na vida quanto na morte.
– O que é inevitável, para cada um de nós?
(após pequena pausa para refletir)
A felicidade.
– E qual é a grande maravilha?
Todos os dias a morte desfere golpes à nossa volta, várias pessoas fazem a passagem para aquilo que entendemos como morte, e mesmo assim nós vivemos como seres eternos. É esta a maior das maravilhas, respondeu."

satisfeito, o lago se mostrou como Darma o pai e mãe de toda criação e abençoou o pândava pelo seu conhecimento e inspiração.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

O Segredo

Tais disse:

Talvez, o “segredo” seja bem mais simples.

Não a pseudociência, mas o mesmo mecanismo que a arte utiliza para alimentar a esperança nas pessoas. Não é por acaso que a magia é uma ilusão autocompensadora.

Imaginar que é possível obter qualquer coisa num estalar de dedos, sem a ajuda de terceiros, é o sonho humano. Somos facilmente seduzíveis por promessas de um mundo impossível. A esperança em alcançá-lo já basta, e isso explica porque desejamos aquilo que não podemos ter – e normalmente desprezamos as conquistas disponíveis.

Os heróis continuam vivos nos quadrinhos, no cinema e na literatura para nos embriagar com uma sensação de poder. Precisamos de uma ilusão para respirar – de preferência em capa dura e com textura dourada. Não é segredo."

E disse bem.

O QUE é você?

Pense todo dia,
naquilo que te faz viver.

O x da questão
é um y!

:O)

Bike again

A Velhinha tá de pé novamente!
Pesada mas ainda anda!
Volto a usar o pedal para maioria dos meus caminhos.
Que o vento esteja a favor e que o trânsito respeite.

Trânsito aqui é aquele monstro, disforme, que transforma os teráqueos dentro de suas poderosas máquinas de correr, mas que não correm, porque o engarrafamento não deixa, por isso mesmo a transformação em monstro de impaciência, nervosismo e impotência.

Vá de bike um dia!

:O)



>
Õ-O

Yoga e sua tradição

Longe das brigas religiosas, por terra, petróleo ou poder
Sigo meu caminho na tradição filosófica do Yoga.

Yamas e Niyamas: prescrições de condutas éticas e comportamentais como toda sociedade organizada tem, mas mais que isso - prescrições de filosofia prática, algo meio socrático e metodológico qeu datam de mais de 5ooo anos.

Tenho minha "bíblia" também que é chamada de VEDAS, escritos antigos sobre vida e morte, quem sou eu, de onde venho e pra onde vou - coisinhas básicas.

Depois dos vedas estudo as upanixad-s, depois os grandes clássicos da história e filosofia do Indostão: os Ithasas, que são Ramayana e Mahabharata.

Um dos capítulos do Mahabharata é o Bhagavad Gita - a história de Arjuna e Krishna na batalha para reconquistar a ordem do reino. Metáforas para falar da auto-realização através do estudo de si mesmo, ego, sentimentos, mente tranquila, mente perturbada, amor e ódio, realidade e ilusão, todos personagens que tomam vida na forma de sábios ou guerreiros na história.

HariOm

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Como a vida te vê?

dinâmico fractal
Tica olhando
Uma foto de Babadji
em Parivritta Trikonasana
debaixo dágua

Lendo uma apostila do OmYogaKendra
Com um DreamWeaver 4 Dummies
num notebook virtual dentro de um Niva
em cima de uma maca de quiropraxia
com óleos ayurvedicos e guee na cabeceira

Dentro de uma piscina do 9 de julho

quinta-feira, 29 de março de 2007

Tour in Ur life Tica!

Tica in Holland
Tomando café num café...né?

Pó pô pó?
Ya! Pó pô pó pá cuá!
Ik wil wat (or hat) coffe

Holanda, frio trampo e crazy Korean
Depois Nova Iorque,
Jazz soul neve e som

Agora Holanda de novo
França e mì Buenos Aires querido

Aproveita,
Allèz Tour de France!
Appréciez-le tout

Lov U!

quarta-feira, 14 de março de 2007

Saudades da Porra!

Daí chove
e o tempo para.

e eu penso na sala
que tá vazia

na cama que tá fria
na cidade vazia

Céu de verão
chuvão
eu e vocÊ
no edredão

:O)

Volta Logo

Amanhã você chega
Quero ouvir tudo
te contar tudo
da Light da chuva da bicicleta

Quero ouvir da neve
do jazz da ida e da vinda
da onomatopéia

daí agente descansa
e dança, e dança
intermitentemente

Quadrilha que amava

Que maravilha
Ai, o primeiro copo,
o primeiro corpo, o primeiro amor
Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
Carlos amava Dora que amava Lia que amava
Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos
que amava Dora Que amava Rita que amava Dito
que amava Rita que amava Dito que amava Rita
que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro
que amava tanto que amava a filha
que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
que amava toda a quadrilha
que amava toda a quadrilha

E agora José?

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama,
protesta?
e agora, José?

Assim foi?

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim

que amava Lili que não amava ninguém.

João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Depois que se cesce amadurece e cesse

Ai, o primeiro copo,
o primeiro corpo o primeiro amor
Vê passar ela
como dança balança avança e recua
A gente sua a roupa da cuja se lava no meio da rua

Despudorada, dada, a danada agrada andar semi-nua e continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama o primeiro amor
Carlos amava Dora, que amava Lia, que amava Léa,
que amava Dora, que amava Rita, que amava Dito,
que amava Rita, que amava Dito, que amava Rita, que amava
Carlos amava Dora, que amava Pedro, que amava tanto,
que amava a filha, que amava Carlos, que amava Dora, que amava toda quadrilha,
Que amava toda quadrilha
Que amava toda quadrilha
Que amava toda quadrilha

Depois que se cesce amadurece e cesse

Ai, o primeiro copo,
o primeiro corpo o primeiro amor
Vê passar ela
como dança balança avança e recua
A gente sua a roupa da cuja se lava no meio da rua

Despudorada, dada, a danada agrada andar semi-nua e continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama o primeiro amor
Carlos amava Dora, que amava Lia, que amava Léa,
que amava Dora, que amava Rita, que amava Dito,
que amava Rita, que amava Dito, que amava Rita, que amava
Carlos amava Dora, que amava Pedro, que amava tanto,
que amava a filha, que amava Carlos, que amava Dora, que amava toda quadrilha,
Que amava toda quadrilha
Que amava toda quadrilha
Que amava toda quadrilha

terça-feira, 13 de março de 2007

"América Latina
Guaicaipuro Cautemóc Fala de Guaicaipuro Cautémoc:
"A verdadeira dívida externa." - fala do cacique Guaicaipuro Cautémoc numa reunião com chefes de estado da Comunidade Européia.

Eu, Guaicaipuro Cautémoc, descendente dos que povoaram a américa há 40 mil anos, vim aqui encontrar os que nos encontraram há apenas 500 anos.O irmão advogado europeu me explica que aqui toda dívida deve ser paga, ainda que para isso se tenha que vender seres humanos ou países inteiros.Pois bem! Eu também tenho dívidas a cobrar. Consta no arquivo das índias ocidentais que entre os anos de 1503 e 1660, chegaram à europa 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata vindos da minha terra!...

Teria sido um saque? Não acredito. Seria pensar que os irmãos cristãos faltaram a seu sétimo mandamento.Genocídio?... Não. Eu jamais pensaria que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue de seu irmão.Espoliação?... Seria o mesmo que dizer que o capitalismo deslanchou graças à inundação da europa pelos metais preciosos arrancados de minha terra!

Vamos considerar que esse ouro e essa prata foram o primeiro de muitos empréstimos amigáveis que fizemos à europa. Achar que não foi isso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que me daria o direito de exigir a devolução dos metais e a cobrar indenização por danos e perdas.Prefiro crer que nós, índios, fizemos um empréstimo a vocês, europeus.Ao comemorar o quinto centenário desse empréstimo, nos perguntamos se vocês usaram racional e responsavelmente os fundos que lhes adiantamos.Lamentamos dizer que não.Vocês dilapidaram esse dinheiro em armadas invencíveis, terceiros reichs e outras formas de extermínio mútuo. e acabaram ocupados pelas tropas da OTAN.Vocês foram incapazes de acabar com o capital e deixar de depender das matérias primas e da energia barata que arrancam do terceiro mundo.
Esse quadro deplorável corrobora a afirmação de milton friedmann, segundo o qual uma economia não pode depender de subsídios.

Por isso, meus senhores da europa, eu, guaicaipuro cautémoc, me sinto obrigado a cobrar o empréstimo que tão generosamente lhes concedemos há 500 anos. E os juros.É para seu próprio bem.Não, não vamos cobrar de vocês as taxas de 20 a 30 por cento de juros que vocês impõem ao terceiro mundo.Queremos apenas a devolução dos metais preciosos, mais 10 por cento sobre 500 anos.Lamento dizer, mas a dívida européia para conosco, índios, pesa mais que o planeta terra!... E vejam que calculamos isso em ouro e prata. Não consideramos o sangue derramado de nossos ancestrais!Sei que vocês não têm esse dinheiro, porque não souberam gerar riquezas com nosso generoso empréstimo.Mas há sempre uma saída: entreguem-nos a europa inteira, como primeira prestação de sua dívida histórica."

E o cara é indio ... dá uns epelhinhos pra ele...quem sabe ele te ensina a se enxergar...

Tu és Fausto

Eu sou Mephistópheles. Mephistópheles, é o diabo.
E todos vocês são Faustos.
Faustos, os que vendem a alma ao diabo.
Tudo é vaidade neste mundo vão, tudo é tristeza, é pop, é nada.
Quem acredita em sonhos é porque já tem a alma morta.
O mal da vida cabe entre nossos braços e abraços.

Mas eu não sou o que vocês pensam.
Eu não sou exatamente o que as Igrejas pensam.
As Igrejas abominam-me. Deus me criou para que eu o imitasse de noite.
Ele é o Sol, eu sou a Lua.
A minha luz paira sobre tudo que é fútil: margens de rios, pântanos, sombras.
Quantas vezes vocês viram passar uma figura velada, rápida,
figura que lhe darei toda felicidade.
Figura que te beijaria indefinidamente.
Era eu.
Sou eu.
Eu sou aquele que sempre procuraste e nunca poderá achar.

Os problemas que atormentam os Deuses.
Quantas vezes Deus me disse citando João Cabral de Melo Neto:
Ai de mim, ai de mim.
Quem sou eu?

Quantas vezes Deus me disse: Meu irmão, eu não sei quem eu sou.
Senhores, venham até mim, venham até mim, venham.
Eu os deixarei em rodopios fascinantes,
vivos nos castelos e nas trevas,
e nas trevas vocês verão todo o esplendor.

De que adianta vocês viverem em casa como vocês vivem?
De que adianta pagar as contas no fim do mês
religiosamente, as contas de luz, gás, telefone, condomínio, IPTU?
Todos vocês são Faustos.
Venham, eu os arrastarei por uma vida bem selvagem
através de uma rasa e vã mediocridade, que é o que vocês merecem.

As suas bem humanas insaciabilidade,
terão lábios, manjares, bebidas.
É difícil encontrar quem não queira vender sua alma ao diabo.
As últimas palavras de Goethe ao morrer foram: Luz, luz, mais luz!!

Sobre o(a) autor(a):Johann Wolfgang von Goethe (1749 - 1832), nasceu em Frankfurt. Grande poeta e pensador alemão. Sua vasta obra abrange peças dramáticas, romances, contos, poesias líricas, cartas e descrições de viagem. Obras como: Fausto, Afinidades Eletivas e Ifigênia

Memórias em Cárcere

Coisa engraçada a Mente
Que mente sempre
e não pára nunca

Mas se um dia para
por tombo ou cirurgia
é um susto

pra quem vÊ,
para quem ajuda,
e sempre pra quem sente

A mente não é o cérebro
nem as sinapses
é uma coisa assim
meio in definida

Parece o pensamento
que surge do nada
e vai temporariamente
pra algum lugar

A memória é também
algo assim
impermanente
lembra?

Se treinada é como cachorrinho:obedece
se não, é um gatinho

Você não é sua memória
Não como te chamam
ou o que você faz
Você simplesmente é.

5ªNA

Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tú que estás numa cela abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo-
para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.

Sobre o(a) autor(a):Mario de Miranda Quintana, gaúcho da cidade de Alegrete, é o poeta das coisas simples. Despreocupado em relação à crítica, faz poesia porque "sente necessidade", segundo suas próprias palavras.

Eyquem de Montaigne

"Todo espírito preocupado com o futuro é infeliz.
O mais corriqueiro dos erros humanos é o futuro.
Ele falseia a nossa imaginação, ainda que ignoremos totalmente onde nos leva.
Quando pensamos no futuro, nunca estamos em nós.
Estamos sempre além.
O medo, o desejo, a esperança jogam-nos sempre para o futuro,
sonegando-nos o sentimento e o exame do que é, para distrair-nos com o que será,
embora o tempo passe e já não sejamos mais.

Sobre o(a) autor(a):Michel Eyquem de Montaigne viveu entre 1533 e 1592 na França e era um pessimista em relação a sociedade da sua época. Foi o criador de um novo gênero literário, os "ensaios" em pleno renascimento francês.

Tica na maçã

saudades do cheiro da fruta
da cor do céu
da manhã
...do bom humor

Saudades não têm idades
não faz anos
faz segundos

a eternidade
num só momento
A foto do entardecer

Manhatan cheia
Madre vazia

Saudades docÊ!

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Argumentação dialética na propaganda?

A argumentação efetiva,
tem que conceber o auditório presumido tão próximo quanto possível da realidade.

Não se deve discutir com todos, nem praticar a dialética com o primeiro que aparecer,
pois, com respeito a certas pessoas, os raciocínios sempre se envenenam, dizia Sócrates.

Toda a argumentação visa à adesão dos espíritos e,
por isso mesmo, pressupõe a existência de um contato intelectual.

Como funciona então a propaganda? É um fator essencial o condicionamento do auditório?
E como e quais as técnicas para infllueciar o comportamento?
Inegável que o auditório de um filme no intervelo da novela 'dásoito' atinge um público real que gasta em compra e erige um império.

Existe inegável ordem lógica argumentativa e expressional de (por óbvio) argumentos tanto na retórica como na propaganda, desde a Igreja Católica foi assim, assando na fogueira o arrazoado intelectual da época. Mas mais ainda, convence que as crenças mais sólidas somente são aquelas admitidas sem prova, mas também à miúde, nem sequer são explicitadas .


Leia os Sermões de Anchieta,
Até vc se convencerá...
Ou não.

:O)

Sta Clara II Vila Madaloca!

Ao vencedor AS BATATAS,
Nem Rubião mais orgulhoso se declara,
que todos os irmãos do Irmão
na inauguração da nova
madaledense Sta Clara!

Sucesso irmão!


:O)

batataria

domingo, 7 de janeiro de 2007

Em Sta Bárbara

Nasceu grande
Sempre imponente
Em meio às tormentas mostrou-se imbatível
Sempre imparcial
Mostrava o caminho certo
para os direitos e para os mais errados
Tinha por único amigo um guarda
por obrigação a luz e por descanso o dia
O Farol Nada sabia
Mas salvava vidas a todo instante


:0)

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Budismo Junguiano e arquétipos transpessoais

"Como o burrico mourejando à nora,
A mente humana sempre as mesmas voltas dá...
Tolice alguma nos ocorrerá
Que não a tenha dita um sábio grego outrora..."
E lá vou de novo no novo: fácil falar de coisas que eu nada sei hehehe

Jung e os junguianos apresentam três diferentes usos para “arquétipo”:

As imagens arcaicas, primeiro e mais usado como percepção instintiva de si mesmo, existem, mas têm muito pouco em comum com o desenvolvimento pós-convencional.

Arquétipos como estruturas (formas)profundas isentas de significado são uma utilização aceitável, mas está quase totalmente em oposição ao primeiro uso (e.g., formal-operacional é uma estrutura profunda e, nesse sentido, é “arquetípica”, mas não se encontra 'forma' em imagens arcaicas, então todas as estruturas profundas de cada nível do espectro da consciência (exceto a informe) podem ser chamadas de arquetípicas. Mas, então, os arquétipos não têm absolutamente nada a ver com imagens arcaicas, não é mesmo?
O desenvolvimento junguiano desse uso tornou-se hoje bastante limitado e inútil.

E, arquétipo como “arquétipo alto” (as primeiras formas na involução, as derradeiras formas na evolução) também é aceitável, mas aqui o uso junguiano é anêmico. Ele vê os arquétipos como as primeiras formas na involução.
O mundo manifesto inteiro origina-se do Informe (ou Abismo causal) e as primeiras formas a surgir, sobre as quais as demais se apoiarão, são “arque-formas” ou arquétipos. Assim, neste uso, os arquétipos são as mais elevadas Formas das nossas próprias possibilidades, as Formas mais profundas dos nossos próprios potenciais – mas também as últimas barreiras para o Informe e Não-dual.
Como as primeiras (e primordiais) formas na involução ou manifestação (ou movimento de distanciamento da Fonte causal), os arquétipos são as derradeiras (e mais elevadas) formas na evolução ou retorno para a Fonte. Como as Formas bem mais próximas do Informe, eles são as primeiras formas que a alma assume à medida que se contrai diante do infinito e esconde sua verdadeira natureza; mas, exatamente por isso, também são os faróis mais altos no caminho de volta para o Informe e a barreira final a ser destruída às margens do infinito radiante.[1]
E, porque esses arquétipos são as primeiras formas no início da involução, eles são quase o exatamente oposto das imagens arcaicas, que são algumas das primeiras formas que surgem no início da evolução – mais uma razão porque a confusão entre eles tem causado tantos pesadelos teóricos).[2]


Filosofia Perene -

[1] Há muitas maneiras de descrever os arquétipos como usados pela Filosofia Perene. Se você está em meditação informe (cessação ou nirvikalpa samadhi), os primeiros fenômenos com que você se defronta na cessação são exatamente os arquétipos: formas sutis, sons, iluminações, sensações, formigamentos, influências, correntes energéticas etc.
Do mesmo modo, a cada noite, quando você sai de um sono profundo sem sonhos e começa a sonhar, as primeiras formas que você vê são arquétipos. Na yoga anuttaratantra, à medida que você cai no escuro perto da realização, as primeira formas vistas são arquétipos.(anuttaratantra)

O que tudo isso tem em comum é que os arquétipos são as formas primordiais localizadas na fronteira entre o não-manifesto causal e a primeira manifestação do nível sutil. Assim, eles são as primeiras e primordiais formas na involução ou manifestação (ou movimento de distanciamento da Fonte causal) e as últimas e mais elevadas formas na evolução ou retorno à Fonte (e, desse modo, também as barreiras finais).

Tais arquétipos são formas sutis, iluminações, correntes energéticas, sons, influenciações extremamente sutis e assim por diante – as primeiras formas do ser, sobre as quais o ser menor (homem corpo e alma) será modelado; as primeiras formas de influenciação sobre as quais os sentimentos menores serão um reflexo obscuro; as primeiras formas da consciência manifesta sobre as quais toda a cognição menor será uma pálida reflexão; as primeiras formas de som sobre as quais todos os sons inferiores serão um eco vazio.

Assim, os arquétipos, os verdadeiros arquétipos, são as Formas do nosso potencial superior; as Formas da nossa verdadeira natureza conclamando-nos a relembrar quem e o que realmente somos. E em sua derradeira ação, são abandonadas e destruídas – a escada que, tendo servido ao seu propósito, é posta de lado – e, aí, em substituição, aparece o infinito radiante que esteve sempre presente, brilhando inteiramente através e além dessas Formas.

[2] Mais problemático ainda é o fato que os mecanismos de herança desses dois tipos de “arquétipos” não são sequer vagamente os mesmos. Imagens arcaicas são herdadas de experiências comuns de outrora. Mas as estruturas profundas superiores (ou arquétipos superiores) nunca foram uma experiência comum do passado e, assim, nem mesmo têm a mesma origem. (A razão é que os “arquétipos altos” são perdidos no início da involução; os ‘arquétipos baixos” ou imagens arcaicas são perdidos no início da evolução. Não vi nenhum junguiano fazer esta distinção e isto faz claudicar o impulso completo da psicologia “arquetípica”, constantemente contaminando mesmo suas mais sofisticadas variantes com falácias pré-trans.)

E em todos os três usos, o arquétipo junguiano é ainda profundamente monológico.
[1] e,
embora pioneira, essa abordagem não é proveitosa para os estudos transpessoais da terceira onda.[2]

Obviamente, qualquer pessoa pode desenvolver um exercício exemplar do caminho junguiano, usando suas forças para transcender suas limitações. Bryan Wittine é uma delas e há muitas outras. Entretanto, acredito que a luz junguiana deve ser usada com cautela pois, de per si, não leva a raciocínio inferido ou diferido puro, nem à argumentação dialética nem à proposição silogística de um estudo transpessoal.
Não existe transpessoalismo nos moldes de Jung mas sim um simples coletivismo.

[1]“Arquétipos” junguianos são essencialmente monológicos, embora coletivos. Isto é, eles são basicamente estruturas subjetivas coletivas, não intersubjetivas coletivas. Assim, por exemplo, a imagem subjetiva da Grande Mãe origina-se de padrões intersubjetivos que não são encontrados em nenhuma das listas de arquétipos apresentadas pelos junguianos, exatamente porque esses padrões intersubjetivos não são objeto da fenomenologia monológica e, assim, não foram nunca desvelados por nenhuma das técnicas de consulta de junguianos e neo-junguianos. Jung e seus muitos seguidores mantêm-se firmemente dentro da tradição monológica, embora tenham estendido frutíferamente o conteúdo e a abrangência dessa fenomenologia.

[2] Wilber refere-se às três ondas da Psicologia: 1ª) behaviorismo; 2ª) psicologia de profundidade (psicanálise, junguiana, gestalt, fenomenológica-existencial e humanística); e 3ª) psicologia transpessoal.