domingo, 30 de janeiro de 2005

Dó só

O escândalo do só.
A liberdade vigiada da aurora
que ao nascer já é rompidapela luz em fúria.

A nota é
na oitava que for
a face da ré
num tribunal
de dó.

A parte do todo
que não se conhece como parte
e não pode se ver no todo
por isso mesmo

e isso naquilo
é o que é
pelo simples fato de o ser:

Quem interpreta é que valora.
e julga e joga.
fora a dor -
e o amor.

O canto reprimido dos escravos
que ainda são já que assim nasceram
amor e solidão.

Um em si mesmo
e outro por outro.
De fora pra dentro
e do pó ser ao pó será.

Mas não ser é o que é.
No coração e na canção
Cantam sublimes
no azul do meu céu
e no vermelho de minha paixão.

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