terça-feira, 29 de novembro de 2005

Gestalt e a metafísica

Seguinte -
Ineressante sua explanação e paralelo entre a Gestaltt e a Fenô.
Mas ainda sigo as upanishads e os Vedas, em especial o Vedanta,
mesmo por q de lá surgiram essas teorias todas.


A sala não existe porq vc não a vê como ela realmente é - falta-lhe alguns sentidos.
E a mente não existe na medida em q o observador não pode se dividir em dois...
a mente é o céu, e as nuvens os pensamentos...
a mente é sujeito de uma oração sem objeto...
ontem choveu...lembra?

Tipo quem choveu? A chuva? o tempo?
Eu observo meus pensamentos? Quem sou eu?
se for observar caio de novo no observador dos pensamentos, que sei q observa mas não sei como nem de onde ...
mas o só saber q existe já cria uma individualidade.
Aí nos enganamos - pensamos em não pensar - isso é impossível ainda -
o q podemos fazer é reconhecer o pensamento e não interagir com ele.


Pronto ... vc está meditando, conhecendo seu verdadeiro eu --- uma hora os pensamentos diminuem de fluxo e de velocidade e vc verá intervalos entre eles... esses intervalos são sua mente pura... você real, sem sentidos, o céu sem nuvens...

Não o céu azul, a imensidão total dos céus.



Voltando às letras - não importa para a Fenomenologia como o mundo real afeta os sentidos.
Isso fica claro quando Husserl distingue entre percepção e intuição.
Alguém pode perceber e estar consciente de algo, porém sem intuir o seu significado diz ele.
A intuição Eidética é essencial para a redução Eidética.
Redução fenomenológica mesmo.


Ela é o dar-se conta da essência, do significado do que foi percebido.O modo de apreender a essência é, no jargão dos fenomenólogos, o Wesensschau, a intuição das essências e das estruturas essenciais,

no exemplo clássico do triângulo, o "Invariante" do triângulo é aquilo que estará em todos os triângulos, e não vai variar de um triângulo para outro.

Imagine um triânculo.

A figura que tiver unicamente três lados em um mesmo plano, não será outra coisa, será um triângulo.




A FeNô afirma a importância dos fenômenos da consciência, os quais devem ser estudados em si mesmos – tudo que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a esses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a sua essência, sua "significação".


Se assim o é, foge ela da realidade presente (mesmo q não exista tempo presente) mas não prima em resgatar o passado psicoanalítico do Charutão, resgata a da tal tijela de conhecimentos pré-concebidos e pré-valorizados que utilizamos da mesma forma, nova utuilização.

Jung o utilizava como princípio e ponto de partida para o inconsciente coletivo, provado e estudado em diversas culturas. - aliás Jung era o cara.

Os objetos da Fenomenologia são dados absolutos apreendidos em intuição pura, com o propósito de descobrir estruturas essenciais dos atos (noesis) e as entidades objetivas que correspondem a elas (noema). A Fenomenologia representou uma reação à pretensão dos cientistas de eliminar a metafísica, nisso ocorre a beleza da forma de estruturação fenomenológica - ao fazer a redução o observador atinge o objeto observado através de uma observação pura que revela em si o objeto....onde ele realmente está (tempo e espaço representados)... já que a realidade como a entendemos não existe.



A redução fenomenológica, e devo lembrar q a Fenô é o estudo da consciência e dos objetos da consciência, é o processo pelo qual tudo que é informado pelos sentidos (sentidos imperfeitos e informação errada) é mudado em uma experiência de consciência, em um fenômeno que consiste em se estar consciente de algo.

Reduz...

Assim coisas, imagens, fantasias, atos, relações, pensamentos eventos, memórias, sentimentos, etc. constituem nossas experiências de consciência. Husserl propôs então que, no estudo das nossas vivências, dos nossos estados de consciência, dos objetos ideais, desse fenômeno que é estar consciente de algo, não devemos nos preocupar se ele corresponde ou não a objetos do mundo externo à nossa mente.

O interesse não é o mundo que existe, mas sim o modo como o conhecimento do mundo se dá tem lugar, como se realiza para cada pessoa.

A redução fenomenológica requer a suspensão das atitudes, crenças, teorias, e colocar em suspenso o conhecimento das coisas do mundo exterior a fim de concentrar-se a pessoa exclusivamente na experiência em foco, porque esta é a realidade para ela. Assim não usamos a tijela para entender ou interpretar, não usamos o passado, usamos o presente absoluto, o que é agora e aqui.

Aí se encontra a chave da consciência das Upanishads - colocar em susupenso a mente dita consciente e a razão.

Na redução fenomenológica, a Noesis é o ato de perceber. Aquilo que é percebido, o objeto da percepção, é o noema. A coisa como fenômeno de consciência (noema) é a coisa que importa, e refere-se a ela a conclamação "às coisas em si mesmas" que fizera Husserl.

"Redução fenomenológica" significa, portanto, restringir o conhecimento ao fenômeno da experiência de consciência, desconsiderar o mundo real (que não o é), colocá-lo "entre parênteses", - o que no jargão fenomenológico não quer dizer que o filósofo deva duvidar da existência do mundo (do que eu duvido) mas sim que a questão para a fenomenologia é antes o modo como o conhecimento do mundo acontece, a visão do mundo que o indivíduo tem.

Isso se faz claro numa brincadeira de criança onde não existem duas versões iguais para uma cena, ação emoção ou mesmo um quadro pintado - cada um interpreta a realdade de uma forma específica - da forma como a realidade aconteceu para ela.

Várias realidades individuais ao mesmo tempo formam um bloco de entendimento em coisas gerais e não detalhadas - mas não ocorre o mesmo no particular, no específico, na detalhada interpretação - eis o porque a lógica e o pensamento lógico dedutivo não pode explicar a realidade - ele em si mesmo se apresenta como sofismo.

Né?

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